Os cronógrafos
por Igor de Lacerda e Schütz
“[De cron(o)- + -grafo.] S. m. Astr. 1.
Instrumento para medição de tempo e conservação
de sua unidade.”
(Dicionário Aurélio Eletrônico. Verbete: cronógrafo)
..:: o que é cronógrafo?
Cronógrafo é um relógio convencional, com horas e minutos, que contém um mecanismo adicional controlado por botões, para iniciar, parar e resetar um ponteiro de segundos normalmente localizado no centro do mostrador. A maioria dos cronógrafos também conta com acumuladores que registram a passagem dos minutos e, às vezes, horas. Quando o botão para resetar é pressionado, o ponteiro de segundos, assim como os acumuladores, voltam para a marcação inicial. Dependendo da freqüência do balanço, cronógrafos mecânicos podem medir até frações de segundo.
A palavra cronógrafo deriva do grego chrónos, que significa ‘tempo’, adicionado ao termo gráphein, de ‘escrever’. Como podemos perceber, o termo não é o mais preciso sob o ponto de vista funcional, já que o cronógrafo não “escreve o tempo”. Melhor seria se fosse utilizado cronoscópio, que significa “o que observa o tempo” (de skopeîn: observar, olhar). No entanto, a história consolidou o termo cronógrafo para o mecanismo, o qual tornou-se popular, em todas as línguas, injustificando o uso de cronoscópio.
..:: diferença entre cronógrafo e cronômetro
Não devemos confundir os dois termos. A semelhança entre os dois mecanismos termina na sua relação com o marco do tempo.
O cronômetro (do grego chrónos, ‘tempo’, mais o sufixo métron, ‘que mede’), em sentido extensivo, é um instrumento mecânico de precisão, para medir intervalos de tempo com aproximação de décimo de segundo ou menos, mas para a horologia, é um relógio com balanço (free-sprung) ou escapamento (detent) especiais, cientificamente ajustados para atingir máxima precisão. Sua performance então é comparada com o tempo real por um observatório.
Hoje em dia, cronômetros são aqueles relógios que cumprem os requisitos mínimos impostos por um corpo independente, que os analisa e qualifica. Atualmente, quase todos os cronômetros atendem as exigências do ISO 3159, padrão aplicado pelo COSC (Contrôle Officiel Suisse des Chronomètres, o escritório suíço oficial para medições dos cronômetros).
O COSC testa e faz as medições do relógio durante 16 dias, em cinco diferentes posições: com o mostrador na vertical e coroa para esquerda, coroa para cima e coroa para baixo, e mostrador na horizontal para cima e para baixo; e em duas temperaturas: 23,8º e 38ºC. Relógios de pulso com mais de 20mm de diâmetro devem atingir metas de precisão definidas em sete critérios (leia o artigo O certificado de cronômetro para maiores detalhes).
..:: história do cronógrafo
A história do cronógrafo é relativamente curta, graças a pouca documentação, o avanço “aos pulos”, e a estabilidade histórica do mecanismo, que nos dias atuais partilham dos mesmos princípios dos antigos cronógrafos.
Por volta de 1720, o relojoeiro inglês George Graham construiu o primeiro relógio que permitisse a mesura de um determinado evento – teoricamente com precisão de 1/16 de segundos. Grahan é, então, considerado o “pai do cronógrafo”.
A primeira gravação de um intervalo de tempo deu-se em 1821, através de um mecanismo desenvolvido pelo mestre-relojoeiro Nicolas Mathieu Rieussec, que literalmente marcava o tempo, fazendo riscos de tinta ao redor de um mostrador. Ele deu ao seu engenho o nome de cronógrafo, e foi daí que se originou a confusão de conceitos cronógrafo/ cronoscópio.
O cronógrafo rattrapante surgiu pelas mãos de Joseph Thaddeus Winnerl e permitiu, pela primeira vez, que dois eventos fossem cronometrados simultaneamente por um só mecanismo. Em 1831, Winnerl apresentou um dispositivo ‘monorattrapante’, semelhante aos utilizados hoje em dia em relógios à quartzo. O ponteiro central era imobilizado, mas o mecanismo continuava funcionando, cronometrando o segundo evento; quando desejado, o ponteiro central era “solto”, e passava a indicar este segundo tempo. Em 1838, Winnerl apresentava seu cronógrafo rattrapante com dois ponteiros de segundo, assim como o conhecemos hoje.
O relojoeiro suíço Adolphe Nicole, de Vallée de Joux, introduziu a roda em forma de coração ou roda martelo, patenteada em 1844, que permite a parada e a imediata volta ao início dos ponteiros do cronógrafo a qualquer hora. Anteriormente, o usuário tinha de esperar o ponteiro dar a volta completa e parar o mecanismo no momento exato.
O primeiro mecanismo com ponteiro que iniciava, parava e retornava ao início, foi apresentado durante uma exibição em Londres, em 1862, pela empresa Nicole & Capt. Esse fato marcou o nascimento do cronógrafo moderno.
Em 1868, Auguste Baud desenvolveu o primeiro cronógrafo com um mecanismo adicional localizado na parte traseira do relógio, através do uso de pontes, e não mais embaixo do mostrador. E, em 1883 era apresentado um cronógrafo com o típico design atual, de dois botões, e até então pouco se mudou nessa complicação em seu aspecto externo.
Em 1915 surgiu o primeiro cronógrafo de pulso, produzido pela Breitling, e, em 1923, a mesma empresa lança o primeiro cronógrafo de pulso com botões independentes (anteriormente, a coroa era utilizada como botão).
O último, e talvez o maior progresso na história do cronógrafo, deu-se em 1937, quando uma empresa chamada Dubois Dépraz desenvolveu um mecanismo mais simples, que eliminaria a tradicional e cara roda de coluna. Essa invenção reduziu drasticamente o custo de manufatura e tornou-se um tremendo sucesso comercial. Até 1970, foram produzidos 3,5 milhões desses movimentos! Hoje em dia podemos encontrá-los em relógios com a marca genérica “Chronographe Suisse”.
..:: cronógrafo: aspecto básico
A seguir descrevemos um cronógrafo básico, em seu aspecto mais tradicional.
A – botão de início/ parada: inicia e pára o funcionamento do cronógrafo.
B – botão de retorno: com o mecanismo parado, retorna os ponteiros à posição original.
C – ponteiro de segundos.
D – ponteiro de minutos.
Os objetos restantes seguem o padrão de um relógio normal.
Por falta de convenção sobre o assunto, os termos a seguir indicados estão em tradução livre do inglês:
(Role o mouse sobre a imagem para ver as indicações)
1 – Roda central do cronógrafo, com um dente alongado;
2 – Roda do acumulador de minutos;
3 – Roda-guia;
4 – Roda de coluna;
5 – Eixo com roda de transmissão;
6 – Engrenagem de transmissão de minutos;
7 – Alavanca de operação;
8 – Alavanca de retorno;
9 – Alavanca de bloqueio;
10 – Freio do coração;
11 – Retentor do acumulador de minutos;
12 – Retentor do eixo de transmissão;
13 – Retentor da engrenagem de transmissão de minutos;
14 – Retentor da alavanca de operação;
15 – Retentor da alavanca de bloqueio;
16 – Retentor do freio do coração;
17 – Retentor da roda de coluna;
18 – Ponte do cronógrafo, para a roda de segundos e minutos;
..:: a máquina do cronógrafo
Os cronógrafos estão entre os relógios mais colecionados por conhecedores, e grande parte dessa fixação está relacionada com seu mecanismo, que em geral deixa exposto uma infinidade de peças, engrenagens, parafusos e tudo aquilo que um aficionado gosta.
Inúmeras manufaturas fabricaram máquinas de cronógrafo no passado, ou customizaram-nas, gerando diferentes e interessantes configurações. A diversidade no funcionamento de suas partes criaram infinitas combinações. Analisaremos a seguir cada uma das características que formam o cronógrafo.
[construção]
O mecanismo do cronógrafo tem dois tipos de construção: modular e integrada. A construção modular é mais comum, por ser menos custosa e mais simples. Neste tipo de construção, um módulo de cronógrafo é acoplado a um movimento já pronto, assim, qualquer fabricante de movimentos que desejar pode adicionar essa complicação à sua gama de produtos sem ter de dar-se o trabalho de refazer qualquer de suas partes. A desvantagem do módulo fica exposta no momento da manutenção do relógio: todo o mecanismo adicional tem de ser retirado para que seja feito o serviço, o que implica maiores custos. Também deve-se contar a maior fragilidade nesse tipo de construção, que justamente por sua natureza móvel, não fica tão fixa ao movimento, sujeitando-se mais a avarias no caso de impacto.
O movimento integrado é justamente o oposto do modular. Nessa espécie de movimento, o calibre do relógio já é planejado com um mecanismo de cronógrafo, e portanto as platinas e pontes do calibre são desenvolvidas com furos, sulcos e encaixes próprios para a função. Sendo integrado, o cronógrafo é mais resistente a choques e defeitos e sua manutenção é menos trabalhosa. Por desvantagens, temos que o cronógrafo integrado deve ser totalmente desenvolvido do início, o que acarreta maiores custos com projeto e manufatura. Assim, temos disponíveis no mercado poucos movimentos integrados diferentes.
<< a corrida pelo primeiro automático >>
Uma das histórias interessantes envolvendo cronógrafos foi a corrida pelo primeiro movimento automático com tal complicação.
Em 1969 a indústria relojoeira estava determinada a vencer um dos últimos desafios da arte: a fabricação dum cronógrafo automático. Na época, pensava-se que tal tarefa seria impossível de ser cumprida por somente uma fábrica, daí então formaram-se dois grupos: um constituído pelas empresas Breitling, Büren-Hamilton, Dubois Dépraz e Heur-Leonidas e o outro pela Zenith, que acabara de adquirir a Matel da Universal Geneve, e Movado.
Dia 3 de março de 1969, o primeiro grupo apresenta simultaneamente em Genebra, Nova Iorque, Tókio, Hong-Kong e Beirute o resultado de seus esforços: o Calibre 11, também chamado de Chronomatic. Este consistia num movimento Büren Intramatic 1322 com micro-rotor, medindo 31,02mm de diâmetro por 7,7mm de altura, com 19.800 a/h, acoplado a um módulo Dubois Dépraz 8510, utilizando o sistema shuttle.
Neste novo movimento, os botões eram tradicionalmente dispostos, às 2h e 4h, e a coroa às 9h, ao invés de às 3h. Não existia o segundeiro do relógio, e havia um marcador do dia do mês.
Cada um dos consorciados utilizava o número do calibre como sendo seu próprio, portanto existiram o Breitling calibre 11, o Heuer calibre 11, etc. O Calibre 11 não foi muito bem sucedido, em grande parte por causa da concorrência, e em menor parte por causa de algumas falhas de projeto, como o micro-rotor que não funcionava direito e portanto não gerava carga suficiente, e a mola principal muito fraca, que fazia o relógio parar facilmente.Em setembro de 1969, a Zenith/ Movado apresentaram o seu projeto, o famoso movimento El Primero. Este era bastante diferente, para não dizer o oposto, do Calibre 11: um cronógrafo integrado, com rotor central, utilizando o tradicional sistema por roda de coluna. Media 29,33mm de diâmetro por 6,5mm de altura e funcionava a 36.000 a/h. Seu alto número de alternâncias é muito propagado pela Zenith pelo fato de ser mais preciso e capaz de medir até o décimo de segundo.
Ao contrário de seu concorrente, o El Primero foi um sucesso, sendo utilizado, além da Zenith, por marcas como: Daniel Roth, Officine Panerai, Dunhill, Rolex e Tag Heuer. É fabricado até hoje.Ainda em 1969, mais precisamente em maio, a japonesa Seiko vendia cronógrafos automáticos no Japão. Era o Calibre 6139, patenteado aquele ano. Possuía 21 rubis, 27,1mm de diâmetro, indicador do dia do mês e dia da semana, e acumulador de 30 minutos.
Assim, nessa corrida temos três ganhadores: o Calibre 11, que de fato foi o primeiro cronógrafo automático; o El Primero, por ser o primeiro cronógrafo integrado automático, já que o Calibre 11 foi o primeiro módulo acoplado a um movimento automático; e o Seiko 6139 por ser o primeiro cronógrafo automático disponível no mercado.
[tipo]
Basicamente, existem dois tipos de cronógrafo, em relação ao mecanismo de seu funcionamento: o com roda de coluna e o com sistema shuttle (no Brasil alguns chamam de cebolão). Arraste o mouse sobre as figuras para destacar cada sistema.
O sistema roda de coluna foi o primeiro desenvolvido, portanto mais tradicional, e mais trabalhoso de manufaturar, por isso mesmo, nos relógios atuais, esse sistema só é utilizado em máquinas caras e marcas mais luxuosas. A roda de coluna (em destaque na figura à esquerda) é também chamada roda castelo, em virtude de aparentar o topo de uma torre de castelos medievais. Funciona, resumidamente, da seguinte maneira: a roda de coluna é constituída por dentes horizontais e dentes verticais. As alavancas e terminais dos componentes do cronógrafo ficam intercalados entre esses dentes. Ao apertarmos os botões do cronógrafo, essa roda gira, movendo os componentes. De acordo com a posição destes, o cronógrafo funciona ou deixa de funcionar.
O sistema shuttle foi desenvolvido pela Dubois Dépraz em 1937, e hoje é o sistema mais utilizado em virtude da sua simplicidade, robustez e menor custo. Ao contrário do que possa aparentar, o sistema shuttle não é pior, ou melhor, do que o de roda de coluna, visto que é tão durável quanto e cumpre a mesma função. Funciona, resumidamente, pela movimentação de encaixes em locais determinados; as funções do cronógrafo (iniciar, parar, resetar) estão “programadas” na peça shuttle. Aqueles retornam ao ponto de origem em virtude do uso de retentores e molas. O sistema é batizado dessa maneira em virtude de sua peça principal (em destaque na figura à esquerda), que em inglês chama-se shuttle, que significa ‘mover-se para lá e para cá’ (verbo ‘to shuttle’).
Há, ainda, uma exceção a esses dois tipos de sistema: a engrenagem direta. Esse sistema é utilizado apenas no movimento Lemania 5100 e, como o próprio nome diz, consiste no contato direto da roda central do cronógrafo com a quarta roda do relógio, sem intermediários. O calibre 5100 da Lemania é um cronógrafo integrado e tem como característica singular de sua construção o fato do mecanismo do cronógrafo estar disposto entre o mostrador e a base do movimento, ao invés de encaixado na parte traseira do mesmo. Esse conjunto de características faz desse movimento um dos mais resistentes e precisos do mercado, sendo escolhido por diversas fabricantes de relógios militares.
..:: operação
Todo cronógrafo funciona através de botões. É por meio deles que o operador inicia, pára e zera o mecanismo. Analisando os diversos momentos históricos do cronógrafo, podemos dizer que ele começou com um botão, passou para dois e mais tarde para três, dependendo das funções que o acompanha. No entanto, pela quantidade de botões é impossível determinar a idade do relógio, pois os fabricantes continuaram a adotar, por exemplo, um botão, quando já existia a tecnologia de dois. Assim, passemos a analisar como funciona o cronógrafo tendo em vista o número de botões que ele apresenta:
[um botão] Os primeiros cronógrafos possuíam apenas um botão, que controlava todos os movimentos. A prática revelou que esse sistema é muito ruim, pois o cronógrafo tem de ser zerado cada vez que pára, não permitindo o reinício do mesmo local onde estava parado. Hoje em dia, cronógrafos com um botão raramente são encontrados.Operação: A – inicia; A – pára; A – zera; |
|||
[dois botões] Cronógrafos com dois botões são o padrão da indústria atualmente. É chamado também de dupla-ação, tendo em vista que um dos botões faz duas funções. Esse sistema é o ideal para um cronógrafo simples, tendo em vista que permite o reínicio da contagem sem a necessidade de zerar o mecanismo.
|
|||
[três botões] Cronógrafos com três botões são raros. No começo do século XX alguns fabricantes desenvolveram cronógrafos comuns que possuíam três botões, cada um com sua função. Atualmente, três botões só são utilizados em cronógrafos com a função split-seconds.
|
..:: acumuladores
O cronógrafo, como já visto, trabalha com a marcação do início e fim de um determinado evento, controlado por um operador através do uso de botões. O primeiro cronógrafo trabalhava soltando gotas de tinta num papel que fazia as vezes de mostrador. Ficou claro que esse esquema era inviável, vez que, com o tempo, o papel estaria tão borrado de tinta que não daria para cronometrar mais nada, além da sujeira que o manejo de tinta poderia proporcionar. O problema foi solucionado com a adoção de acumuladores com ponteiros.
Acumuladores são as áreas calibradas para a marcação de um lapso de tempo por um ponteiro. Cronógrafos podem ter três acumuladores, como podem ter nenhum. Vejamos:
[nenhum acumulador] Os cronógrafos sem acumuladores são muito raros, devido à sua inutilidade. Geralmente, eram relógios sem segundeiro, e o ponteiro central era o cronógrafo. Como se pode perceber, esse tipo de cronógrafo só marcava tempos de no máximo 60 segundos, e portanto não tinha muita utilidade. Era operado, geralmente, por somente um botão. |
|
[um acumulador] Os primeiros cronógrafos de pulso possuíam somente um acumulador e um botão, e poderiam ter três configurações: |
|
[dois acumuladores] Na figura, a seta A mostra a calibragem dos segundos para o cronógrafo; a seta B mostra o acumulador de minutos do cronógrafo; e a seta C mostra a marcação de três minutos, que alguns cronógrafos possuíam em virtude das chamadas telefônicas feitas em orelhões serem cobradas de três em três minutos; |
|
[três acumuladores] Este tipo de cronógrafo funciona no mesmo sistema do com dois acumuladores, só que acrescido de um terceiro acumulador (seta D), que marca as horas do cronógrafo. Em geral, o acumulador de horas é calibrado para 12 horas, movendo-se o ponteiro a cada volta inteira do acumulador de minutos, ou seja, a cada 30 minutos. |
..:: escalas
É muito comum encontrarmos cronógrafos com os dizeres tachymeter ou telemeter no aro ou no mostrador do relógio. Essas palavras servem para indicar a presença de uma segunda escala no relógio.
Logo na adoção do cronógrafo nos relógios de pulso, percebeu-se que o ponteiro de segundos poderia fornecer outras informações que não fosse a medida de um determinado intervalo. Daí a indústria logo passou a adotar as escalas secundárias em alguns de seus modelos de cronógrafos. Essas escalas popularizaram-se imensamente com o uso militar, no qual eram muito úteis. Vejamos cada uma e como utilizá-las:
[taquímetro] A escala do taquímetro (seta A) é calibrada de forma a medir a velocidade de um objeto em movimento, como um veículo, em determinada distância. Adistância-base, em que a escala é calibrada, sempre é indicada no mostrador (geralmente 1000, 200 ou 100 metros, ou uma milha). |
|
[telemêtro] Através desta escala (seta B), é possível medir a distância de um fenômeno que seja visível e audível. |
|
[espirômetro] O espirômetro (seta C) indica o número de respirações por minuto. |
|
[pulsímetro] O pulsímetro (seta D) indica o número de batimentos cardiovasculares por minuto. |
|
[Volume de produção] A escala de volume de produção (seta E) é especialmente útil para fabricantes em larga escala, permitindo que determinem o número de produtos feitos por hora. |
..:: complicações
O cronógrafo é um mecanismo muito útil e procurado pelos compradores, tendo em vista ser uma função quase que insubstituível por outro aparelho. As horas podem ser vistas em relógios espalhados em todo canto da rua, no painel do carro, no telefone celular; a data pode ser vista nos calendários, talões de cheques, etc.; mas o cronógrafo, como um dispositivo para medir lapsos de tempo, como o tempo em que a água deve esquentar para o café, o tempo que levamos para correr determinada distância, etc. é difícil de ser substituído, tendo em vista a portabilidade do relógio de pulso.
Assim, por ser tão popular – a maioria dos fabricantes de relógios, se não todos, possuem algum modelo com o mecanismo – algumas complicações foram desenvolvidas com o intuito de trazer mais alguma função para o cronógrafo, dando-lhe mais utilidade ainda. Vejamos as mais comuns:
[Split-seconds] A função split-seconds (rattrapante em francês e doppelchronograph em alemão) tem por objetivo medir dois intervalos de tempo que se iniciam no mesmo momento, mas finalizam-se separadamente. |
|
[Flyback] Também denominado em francês de retour-en-vol, a função flyback tem a finalidade de permitir um rápido resetamento e reinício do cronógrafo, que pode ser muito útil para medições de intervalos de tempo sucessivos. |
|
[Regressivo] Cronógrafos regressivos (countdown em inglês) são muito raros. Funcionam tal qual um cronógrafo comum, só que ao contrário. Neste, o operador escolhe um intervalo de tempo e liga o mecanismo; quando o chega o fim da contagem, o relógio emite um sinal audível, como forma de indicação. |
..:: bibliografia, créditos e agradecimentos
Gostaria de agradecer a todos os internautas aficionados por relógios pela ajuda prestada, assim como pelas empresas e sites que gentilmente cederam o uso de suas fotos e textos.
Fotos:
- Patek Philippe 5070 WG por Carson Chan;
- Esquemas e desenhos por Joseph-Watches.com;
- Calibre 11: vista explodida, por TAG Heuer;
- IWC Doppelchronograph, por International Watch Company;
- A. Lange & Söhne Datograph, por A. Lange & Söhne;
- Glashütte Original PanoRetroGraph, por Glashütte Original;
Texto:
- Patek Philippe, Glossário;
- Joseph-Watches.com, Glossário e ‘Chronograph information’;
- WorldTempus.com, Enciclopédia;
- “A brief history of the automatic chronograph” por Christoph Ozdoba;
- Montre Passion. ‘The chronograph’;