Relógios Mecânicos
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Artigo | Seiko

Os movimentos automáticos Seiko

por Adriano Ramos Passarelli

Seiko calibres 61xx e 70xx

Os calibres automáticos 61xx e 70xx são os calibres mais populares da Seiko. São de uma época quando a Seiko produziu massivamente movimentos mecânicos, com uma variedade enorme de modelos, com inúmeras combinações de caixas e mostradores. São muito conhecidos também por terem equipado a famosa coleção “Seiko 5”, que foi exportada para o mundo inteiro. São calibres robustos, reconhecidos pela sua durabilidade e resistência à “castigos” diários. Existem inúmeras histórias de relógios equipados com essas máquinas e que ainda funcionam perfeitamente após 30 anos, sem qualquer tipo de cuidado ou revisão.

A linha de calibres 61xx

A linha 61xx é uma linha projetada e fabricada pela Suwa Seikosha. É uma linha que possui um grande número de variantes, para equipar desde os modelos mais simples até os modelos “high-end” como os cronógrafos e o Grand Seiko 61GS. A variante mais conhecida é o calibre 6119. É muito conhecido por ter equipado as coleções básicas, como os famosos “Seiko 5”, que tiveram uma produção muito numerosa, e foram exportados para todo o mundo. O 6119 também é conhecido e reconhecido pela sua robustez e precisão. Essas não são características apenas do 6119, mas sim de toda a linha 61xx, que tem como base o calibre 6106.

A principal característica da linha, em termos de projeto, é a adoção de um balanço de grande diâmetro, e principalmente, do sistema modular do automático. Todo o sistema de carregamento automático é separado em um módulo, muito fácil de ser desmontado, o que resulta numa enorme praticidade na hora da revisão.
Some-se a isso o sistema patenteadoMagic-lever, que produz um carregamento extremamente eficiente, dispensando a corda auxiliar pela coroa.

A linha 61xx surgiu em 1967 com o calibre 6106, que é o movimento-base para toda a linha. É uma linha predominada por automáticos, à exceção de três variantes, o 6100 (61A), 6102 e 6110, que são a corda manual. Esta é uma informação curiosa e pouco conhecida.

Grande parte da linha 61xx foi aposentada entre 1974 e 1975. Permaneceram o calibre 6105, equipando os famosos Seiko Divers 150m até 1977, e os cronógrafos 6138 e 6139 até 1979.


Calibre 6119C
Foto por Sergio Lorenzon

A linha 61xx é composta pelos seguintes calibres:

Calibre Observações Tipo / Carregamento Nº de rubis Calendário Freqüência
(em vibrações por hora)
Versões
(Revisões)
Ano
6106 Hack Automático 17, 23, 25 dia e data 21.600 vph A, B, C 1967 (A) / 1968 (B) / 1969 (C)
6100 (61) Corda manual 21 N/D 21.600 vph A 1968
6102 Corda manual 21 data 21.600 vph A 1968
6105 Hack na versão B Automático 17 data 21.600 vph A, B 1968
6109 Automático 17 dia e data 21.600 vph A
6110 Corda manual 21 N/D 21.600 vph A 1971
6117 GMT Automático 17 data 21.600 vph A, B 1968
6119 Automático 21 dia e data 21.600 vph A, B, C 1967 (A) / 1968 (B) / 1969 (C)
6138 Cronógrafo (60s, 30min, 12h) Automático 21, 23 dia e data 21.600 vph A, B 1970
6139 Cronógrafo (60s, 30min) Automático 17, 21 dia e data 21.600 vph A, B 1969
6145 / 6146 Hi-Beat (GS) Automático 25 data / dia e data 36.000 vph A 1967
6155 / 6156 Hi-Beat (GS) Automático 25 data / dia e data 36.000 vph A 1971 / 1970
6159 Prospex Diver Automático 25 data 36.000 vph A, B 1967 (A) / 1975 (B)
6185 / 6186 Hi-Beat (GS) Automático 25 N/D / dia e data 36.000 vph A, B 1969 / 1972

O 6106 foi um calibre criado com experiências anteriores, reunindo sistemas patenteados, como o Diashock, Diafix, e Diaflex, e que resultou num calibre moderno, confiável, preciso, e especialmente SIMPLES, o que o torna muito robusto. De certo modo, todo o “know-how” da empresa foi aplicado para a produção do 6106.

O calibre 6106 tem diferenças no número de rubis de revisão para revisão. A revisão “A”, o “pai” de todos, possui 25 rubis, graças ao uso de Diafix para todas as rodas. A revisão “B” possui versões de 17 e de 25 rubis. E a revisão “C” possui versões de 17, 23 e 25 rubis.
O 6119 é um derivado do 6106, mas ligeiramente simplificado em prol do custo mais baixo (como o número menor de rubis e a retirada do hack), podendo assim, equipar um maior número de modelos mais básicos. Mas são praticamente idênticos.

Tanto o 6106 quanto o 6119 foram lançados em 3 revisões, A, B e C. Em ambos, a primeira versão, a “A”, possui o rotor fixado por dois parafusos. Na revisão “B”, o rotor passou a ser fixado por um único parafuso central. Na revisão “C”, passaram a ter calendário bilingüe e o ajuste do dia (da semana) passou a ser também pressionando a coroa. Nas revisões “A” e “B”, o calendário era só em uma língua, e somente a data (dia do mês) podia ser ajustada pressionando a coroa, enquanto o ajuste do dia era feito no “vai e vem” dos ponteiros. Aliás, esse ajuste do calendário era uma função muito cômoda, presente em quase toda a linha 61xx. Também era uma solução mais simples, do ponto de vista técnico, em comparação ao ajuste rápido feito girando a coroa.

O 6119 é mais conhecido e ganhou maior fama do que o 6106 por ter sido produzido numa quantidade maior, e principalmente por ter equipado modelos mais básicos, ao contrário do 6106 que era mais destinado aos modelos de luxo, como os Seiko 5 DX e Seiko 5 ACTUS. O balanço de grande diâmetro confere uma boa estabilidade de marcha. O 6119 é um calibre fácil de ser ajustado e regulado para uma boa precisão. O uso do Diafix na roda de escape contribui também na precisão. A simplicidade do calibre como um todo o torna um dos movimentos mais fáceis de se fazer manutenção. Os relojoeiros costumam elogiar muito esse calibre, em vários aspectos, como a facilidade de se trabalhar, a facilidade para ajustar e regular para uma boa precisão, e a sua robustez.

A linha 61xx conta também com variantes dotados de complicações, como a função GMT no calibre 6117, que equipa os modelos “World Time” e “Navigator Timer”, e os famosos cronógrafos com roda de colunas 6139 e 6138, que são considerados, sem dúvida nenhuma, calibres “high-end”. O 6139 foi lançado em 1969, e, apesar de não ter sido o primeiro cronógrado automático a ser apresentado na história, foi o primeiro a estar nas lojas, disponível para o público, em Maio de 1969. Por isso alguns mencionam a Seiko e o seu 6139 na história da corrida pelo primeiro cronógrafo automático. Além disso, o 6139 apresentou um novo sistema de acoplamento desenvolvido e patenteado pela própria Seiko.

Não fosse o bastante, a linha 61xx conta com seus mais nobres integrantes equipando a coleção Grand Seiko. A qualidade do projeto dessa linha permitiu a criação do excelente calibre 6145 (25 rubis, data, Hi-Beat 36.000 vph) e derivados, todos Hi-Beat, para equiparem o Grand Seiko 61GS, que é considerado um dos melhores Grand Seiko já feitos (perdendo apenas para o 45GS), tendo versões com três níveis de certificação. O certificado “GS Standard”, menos rigoroso (calibres 6145 e 6146), o “GS Special”, mais rigoroso (calibres 6155 e 6156) e o “top”, conhecido como “GS V.F.A.” (Very Fine Adjustment). Estes últimos, equipados com calibre 6185 e 6186, eram produzidos e ajustados pelos engenheiros mais qualificados da empresa, e somente com peças selecionadas através de um processo rigoroso. Eram garantidos para uma marcha média de +60 s/mês.

A Linha 70xx

Em 1969, a Seiko, através da Daini Seikosha, apresentou o calibre 7005, que trazia um novo projeto no sistema de carregamento automático. Seu intuito era fazer uma máquina com arranjo mais racionalizado, tornando o funcionamento mais estável, e facilitando a desmontagem e montagem. Como resultado, o número de peças, parafusos e molas foi reduzido, diminuindo também o número de focos de possíveis falhas. Para tal resultado, o sistema do automático foi o que sofreu maiores alterações, trazendo um conceito novo. Uma menor espessura também foi conseguida com o novo arranjo do sistema do automático.  Como comparação, o 6119 possui 5.15 mm de altura, enquanto o 7005 possui 4.50 mm, menos que o ETA 2824 que possui 4.60 mm (5.05 mm para o 2836).

Do calibre-base 7005, derivam os bastante conhecidos 7006, 7002, 7009, o crono 7016 e o moderno 7S26. Outra característica importante da linha 70xx foi a redução no tamanho do balanço.

A linha 70xx é em geral mais simples que a linha 61xx, não possuindo algumas sofisticações como o hack e o ajuste rápido do calendário pressionando a coroa. Além de menos sofisticada, a linha 70xx conta com um número menor de variantes. Isso se deu principalmente por causa da chegada da “era quartz”. A Seiko, pioneira nessa tecnologia, desviou seus esforços para essa promissora tecnologia. Por isso a linha 70xx não teve a oportunidade de receber variações mais complicadas, e nem de equipar a coleção Grand Seiko, que foi abandonada durante a década de 70, pelo mesmo motivo citado acima. Os variantes mais notáveis foram os cronógrafos.


Calibre 7S26A
Foto por Sergio Lorenzon

A linha 70xx é composta pelos seguintes calibres:

 

Calibre Observações Tipo / Carregamento Nº de rubis Calendário Freqüência
(em vibrações por hora)
Versões (Revisões) Ano
7005 Automático 17 data 21.600 vph A 1969
7002 Automático 17 data 21.600 vph A +/- 1980
7006 Automático 17, 19, 21 dia e data 21.600 vph A 1970
7009 Automático 17 dia e data 21.600 vph A +/- 1980
7015 Cronógrafo (sem acumulador) Automático 21 dia e data 21.600 vph A 1971
7016 Cronógrafo (60s, 30min, 12h) Automático 17 dia e data 21.600 vph A 1971
7017 Cronógrafo (sem acumulador) Automático 21 dia e data 21.600 vph A 1971
7018 Cronógrafo (60s, 30min) Automático 23 dia e data 21.600 vph A, B 1971
7019 Automático 21 dia e data 21.600 vph A 1974
7025 Automático 17 data 21.600 vph A 1976
7039 Automático 21 dia e data 21.600 vph A 1976
7S26* Automático 21 dia e data 21.600 vph A 1995
7S25 Automático 21 data 21.600 vph A
7S36 Automático 23 dia e data 21.600 vph A
7S35 Automático 23 data 21.600 vph A
7S55 Igual ao 7S35, com rotor decorado Automático 23 data 21.600 vph A 2001

A maior parte dos derivados era destinada a equipar as coleções básicas, como o “Seiko 5”, o que também faz dos calibres 7005, 7006 e 7009 muito conhecidos.

O calibre base da linha 70xx é o 7005. Apesar de lançado em 1969, o 7005 só foi fabricado em maior quantidade por volta de 1971. A linha 70xx é totalmente composta por automáticos, que passaram por algumas atualizações.
Pode-se dividir essa linha em 3 gerações (datas aproximadas):

– Primeira geração (69 a 71): 7005 e 7006.
– Segunda geração (71 a 78): geração aprimorada, com os calibres 7019 e 7025, e os cronógrafos 7015, 7016, 7017 e 7018, considerados calibres “high-end”.
– Terceira geração (78 a  95): 7002 e 7009, um pouco simplificados com relação à geração anterior.

A segunda geração foi incrementada com a adição do calendário bilingüe e o ajuste rápido do dia da semana pressionando a coroa. Essas inovações surgiram no calibre 7019. O 7019 é um calibre ligeiramente mais sofisticado na linha 70xx, equipando as coleções “Seiko 5 Actus” e “Seiko 5 Advan”.

O ajuste do calendário pressionando a coroa foi abandonado na terceira geração. Surgiram o 7009 (17 rubis, dia e data) e o 7002 (17 rubis, data). Não traziam praticamente nenhuma grande novidade. Tanto os 7002 e 7009, como o 7S26, possuem 4.90 mm de altura.

*Em 1995 surgiu o 7S26 (21 rubis, dia e data). A maior novidade do 7S26 era o maior número de rubis. Pode-se dizer que é a quarta geração da linha 70xx, apesar de não carregar o mesmo prefixo “70”.


Seiko Military 7S26

Na área das complicações, a linha 70xx trazia apenas cronógrafos. O sistema de acoplamento do cronógrafo por embreagem vertical fôra mantido, mas todo o sistema de acionamento do cronógrafo era diferente do 6139, de modo que dispensava qualquer tipo de ajuste ou regulagem. Os cronógrafos da linha 70xx comprovaram a capacidade que ambas as fábricas (Suwa e Daini) tinham de projetar tal complicação, inclusive com cada uma apresentando uma solução diferente.

Comparações entre as linhas 61xx e 70xx.

A diferença mais significativa entre a linha 70xx e 61xx está na construção do sistema do automático.

Para simplificar a linha 70xx, reduzir o número de peças, e conseguir uma menor espessura, era necessário “espalhar” o sistema do automático, em vez de “empilhá-lo” como sempre foi. Isso forçou o abandono da construção modular.

No sistema tradicional da linha 61xx, o rotor possui um pequeno pino excêntrico onde é acoplada a Magic-lever, que se engata à roda de transmissão, funcionando como uma catraca, para que o carregamento bidirecional seja convertido num giro unidirecional, para ser transmitido para a corda. Um pinhão na roda de transmissão se conecta ao rachet parafusado na árvore do tambor. Então geometricamente, a roda de transmissão e a Magic-lever ficam num “andar” acima do rachet, e a platina do automático no “segundo andar”, e o rotor no terceiro, tudo “empilhado”.


Vista explodida do calibre 6106


Vista esquemática inferior do sistema do automático

O sistema simplificado adotado no 7005 economizou um “andar”, eliminando a platina do automático, de modo que a Magic-lever não era mais conectada diretamente ao rotor, mas sim, numa roda de redução paralela (primeira roda de redução) que tem um eixo excêntrico. Ou seja, o rotor gira a primeira roda de redução, na qual a Magic-lever é acoplada, que por sua vez se conecta à segunda roda de redução que através de um pinhão transmite o movimento para o rachet. Desse modo, primeira e segunda rodas de redução e Magic-lever ficam no primeiro andar acima do rachet, tendo apenas o rotor acima deles. O rotor e seu rolamento formam uma peça só.


Vista esquemática da platina superior do calibre 7S26


Vista esquemática inferior do sistema do automático da linha 70xx


Esquema explodido, calibre 7005

Apesar do benefício da altura reduzida, essa nova construção do automático trouxe um inconveniente. Aparentemente o uso da primeira roda de redução “rouba” um pouco da eficiência do sistema. Somou-se a isso o uso de um rotor menor em alguns modelos, provavelmente para reduzir o conhecido desgaste do rolamento do rotor, que pode apresentar folga com o tempo, caso não seja submetido às revisões regulares. Esses dois fatores fazem com que o carregamento na linha 70xx seja um tanto menos eficiente que o dos Seiko 61xx e outros que utilizam o mesmo sistema. Mesmo nos variantes que usam um rotor de “meia-lua”, o carregamento ainda é menos eficiente do que na linha 61xx.

Calibre 7S26A
Foto por Sergio Lorenzon  

Ainda assim, o uso do sistema Magic-lever é capaz de um carregamento mais eficiente do que o conhecido sistema “Eterna” suiço.

A construção não modular tem mais um inconveniente, que faz com que tudo esteja ligado à platina superior, necessitando sua desmontagem para que se retire a roda de transmissão, que é presa através de um “C-ring”, um pequeno anel em forma de “C”, por baixo da platina.

Além disso, esse sistema requer um ajuste especial no momento da montagem. A roda de redução tem uma marcação que tem que coincidir com outra marcação no rotor, pois o eixo excêntrico (como todo eixo excêntrico) onde vai montado a Magic-lever tem um movimento mais curto numa determinada posição, e o movimento se torna gradativamente mais amplo conforme o eixo gira, até atingir um ponto máximo. A partir daí, a amplitude desse movimento vai gradativamente diminuindo até um ponto mínimo e esse ciclo se repete. Esse ajuste serve para evitar que se monte de modo que essa posição em que o movimento é mais curto coincida com a posição em que o relógio é mais usado (no pulso esquerdo, em pé ou sentado). Se fôr montado errado, a eficiência pode ficar bem reduzida. Na linha 61xx, o eixo era no rotor, e assim ele já era fabricado na posição ideal, dispensando ajuste.

Outros aspectos técnicos diferenciam a linha 70xx da 61xx, como o diâmetro do balanço reduzido e o sistema de ajuste do calendário. Em toda linha 70xx, o balanço possui diâmetro menor, que, teoricamente é menos estável, e confere maior dificuldade de ajuste para uma boa precisão. O parte do calendário apresenta uma ou outra diferença de um calibre para outro da linha 70xx, mas em sua maioria, não possui ajuste do calendário pressionando a coroa, que é um sistema mais simples e mais cômodo (presentes em praticamante toda linha 61xx).

A linha 70xx foi projetada com o intuito de ser uma segunda opção de movimento para o segmento principal da Seiko, e também para posteriormente, substituir a linha 61xx. Com o surgimento dos quartz, a linha mecânica da Seiko ficou claramente em segundo plano. Praticamente só sobraram os 70xx na década de 80, já que a linha “high-end”, como os Grand Seiko, fora deixada de lado algum tempo antes.

Em 1976 a Seiko lançou a linha de calibres 63xx. Também projetada pela Suwa Seikosha, era uma espécie de modernização da linha 61xx, mantendo a antiga, porém prática, eficiente e confiável costrução modular do sistema do automático. Manteve também o balanço de grande diâmetro e sua estabilidade característica. Uma curiosidade da linha 63xx era o indicador de fases da lua no calibre 6347.

A maior diferença na linha 63xx, comparada com a 61xx, era a parte do sistema do calendário, que passou a adotar ajuste girando a coroa, ao invés de pressionando-a, e também passou a adotar mais peças de plástico, como a roda do calendário. A linha também apresentou um novo sistema de fixação da espiral no regulador, prometendo maior facilidade na manutenção. No mais, são calibres praticamente idênticos, mantendo propositalmente a mesma qualidade e confiabilidade da linha 61xx. Os próprios catálogos técnicos dos 63xx fazem menção à esse detalhe. Metade das peças, ou mais, são intercambiáveis com a linha 61xx. Mas a linha 63xx acabou sendo pouco desenvolvida e pouco usada. Apenas o calibre 6309 permaneceu por mais tempo, equipando o Seiko Divers 150m desde 1976 até 1988, já que nas coleções tradicionais a Seiko preferiu manter a linha 70xx, por praticamente toda década de 80 e 90, com apenas dois calibres, o 7009 e 7002.

Hoje, na linha mecânica normal da Seiko, só há o 7S26 e variantes (7S25, 7S35 e 7S36, e 7S55). Porém há vários calibres mecânicos “high-end” equipando os Grand Seiko, e a linha Credor e Brightz.


Seiko Military 7S26, fabricado em 2003

As linhas 61xx e 70xx demonstram a capacidade de Suwa e Daini de produzirem resultados equivalentes como a conhecida confiabilidade, traduzida em robustez e precisão, usando soluções de projeto diferentes. Porém, mantendo um conceito básico: a simplicidade.

Na prática, para o usuário, as maiores diferenças são o fato do carregamento dos 70xx ser um pouco menos eficiente, e também o fato de não serem tão fáceis de serem ajustados e regulados como os 61xx. Mas também é necessário levar em conta os aspectos técnicos que não fazem diferença direta para o usuário, como a praticidade da construção modular do automático nos 61xx, do ponto de vista da manutenção.

O resumo da comparação é que os 70xx ficam um pouco atrás da linha 61xx nos quesitos eficiência de carregamento do automático, precisão, e praticidade na manutenção.

 

Diagramas adaptados dos catálogos técnicos.
Fotos dos movimentos por Sergio Lorenzon.
Fotos dos relógios por Adriano R. Passarelli